O Grande Gatsby (Penguin)

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O Grande Gatsby (Penguin) Page 14

by F. Scott Fitzgerald


  — Desculpe-me pelo relógio — ele disse.

  Meu próprio rosto foi tomado por um intenso rubor tropical. Não conseguia evocar um único lugar-comum dos milhares que povoavam a minha mente.

  — É um relógio velho — eu respondi, de forma idiota.

  Por um instante, pareceu-nos que ele havia de fato se despedaçado no chão.

  — Não nos vemos há muitos anos — disse Daisy, com o tom de voz mais prosaico possível.

  — Vai fazer cinco anos em novembro.

  O caráter automático da resposta de Gatsby nos deteve por ao menos um minuto. Desesperado, propus que me ajudassem com o chá na cozinha, ao que ambos se levantaram, quando então a demoníaca finlandesa chegou com tudo pronto numa bandeja.

  Em meio à bem-vinda confusão de xícaras e bolos, estabeleceu-se certa decência física entre nós. Gatsby foi refugiar-se num canto e, enquanto eu e Daisy conversávamos, ficou nos observando diligentemente com os olhos tensos e infelizes. Contudo, como a calma não era um fim em si, inventei uma desculpa na primeira oportunidade e me levantei.

  — Aonde você vai? — perguntou Gatsby, imediatamente alarmado.

  — Já volto.

  — Preciso falar uma coisa com você antes.

  Ele me seguiu precipitadamente até a cozinha, fechou a porta e murmurou: “Oh, meu Deus”, de um jeito infeliz.

  — O que foi?

  — É um grande erro — ele disse, negando enfaticamente com a cabeça —, um erro terrível.

  — Você está constrangido, só isso. — E por sorte acrescentei: — Daisy também está constrangida.

  — É mesmo? — ele perguntou, incrédulo.

  — Tanto quanto você.

  — Não fale tão alto.

  — Você está agindo como um garoto — exclamei, impaciente. — Não só isso, mas está sendo grosseiro. Deixou Daisy sozinha na sala.

  Ele ergueu a mão para interromper minhas palavras, olhou-me com uma reprovação antológica e, abrindo a porta com cuidado, voltou para a sala.

  Eu saí pelos fundos — exatamente como Gatsby havia feito em sua volta nervosa ao redor da casa, meia hora antes — e corri para uma enorme árvore escura e nodosa, cuja folhagem compacta servia como guarda-chuva. Estava outra vez chovendo torrencialmente, e meu terreno irregular, com a grama bem aparada pelo jardineiro de Gatsby, abundava em pequenos brejos lamacentos e pântanos pré-históricos. Não havia nada para olhar dali, exceto a mansão gigantesca de Gatsby, então fiquei observando-a por meia hora, como Kant diante de seu campanário de igreja.5 Um cervejeiro a construíra no auge de seu desvario, havia dez anos, e aparentemente se oferecera para pagar cinco anos de impostos de todos os casebres vizinhos caso os proprietários cobrissem seus telhados de palha. Talvez a recusa geral tenha destruído seu sonho de Estabelecer Família — e precipitado seu rápido declínio. Seus filhos venderam a casa com a coroa de flores ainda à porta. Os americanos, embora almejem (e até cobicem) a condição de servos, sempre abominaram a condição de camponeses.

  Meia hora depois, o sol voltou a brilhar e o automóvel do dono da mercearia contornou a entrada de Gatsby com os ingredientes para o jantar dos empregados — do qual ele por certo não experimentaria uma só garfada. Uma criada tornou a abrir as janelas superiores da casa, aparecendo por um instante em cada uma delas e, debruçada no grande balcão central, cuspiu pensativamente no jardim. Era hora de voltar. Enquanto chovia, tive a impressão de ouvir o murmúrio de suas vozes erguendo-se de quando em quando em arroubos de emoção. Mas, quando parou de chover, senti que o silêncio havia tomado a casa também.

  Entrei — após fazer todo barulho possível na cozinha, faltando apenas empurrar o fogão —, mas não acredito que eles tenham se dado conta. Estavam sentados um em cada ponta do sofá, entreolhando-se como se uma pergunta tivesse sido proferida, ou estivesse no ar, e não havia mais vestígios de constrangimento. O rosto de Daisy estava borrado de lágrimas; quando me viu entrar, ela deu um salto e passou a enxugá-lo com um lenço diante do espelho. O rosto de Gatsby, porém, deixava transparecer uma mudança desconcertante. Ele literalmente ardia; sem emitir uma só palavra ou gesto de júbilo, irradiava uma felicidade nova que preenchia toda a sala.

  — Ah, olá, meu velho — ele disse, como se não me visse há anos. Pensei por um momento que fosse me cumprimentar.

  — Parou de chover.

  — É mesmo?

  Quando ele se deu conta do que eu dizia — que havia gotas cintilantes de sol por toda a sala —, sorriu feito um meteorologista, feito um eufórico patrono da luz recorrente, e transmitiu a notícia a Daisy:

  — O que me diz disso? Parou de chover.

  — Fico feliz, Jay. — Sua voz, de uma beleza dolorida e nostálgica, se referia unicamente àquela alegria inesperada.

  — Quero que você e Daisy venham à minha casa — ele disse. — Gostaria de lhe mostrar onde vivo.

  — Tem certeza de que quer que eu vá?

  — Claro que sim, meu velho.

  Daisy subiu para lavar o rosto — e só tarde demais me lembrei, humilhado, das minhas toalhas —, enquanto Gatsby e eu esperávamos no gramado.

  — Minha casa está bonita, não acha? — ele perguntou. — Veja como a fachada inteira reflete a luz do sol.

  Eu concordei, dizendo que era esplêndida.

  — É. — Seus olhos a examinaram em cada porta arqueada e torre retangular. — Levei três anos juntando dinheiro para comprá-la.

  — Pensei que você tinha herdado a sua riqueza.

  — E herdei, meu velho — ele disse mecanicamente —, mas perdi a maior parte no grande pânico: o pânico da guerra.

  Creio que ele mal sabia do que estava falando, pois quando lhe perguntei qual era seu ramo de negócios, ele respondeu: “Isso é assunto meu”, antes de perceber que não era uma resposta apropriada.

  — Ah, já trabalhei em várias áreas — corrigiu-se. — Estive no ramo farmacêutico e depois trabalhei com petróleo. Mas atualmente não estou em nenhum deles. — Ele me olhou com mais atenção. — Quer dizer que você reconsiderou a proposta que lhe fiz aquela noite?

  Antes que eu pudesse responder, Daisy surgiu à porta e as duas fileiras de botões de seu vestido brilharam à luz do sol.

  — É aquela coisa enorme ali atrás? — ela exclamou, apontando para a mansão de Gatsby.

  — Gostou?

  — Adorei, mas não entendo como você pode morar ali sozinho.

  — Está sempre cheia de pessoas interessantes, dia e noite. Pessoas que fazem coisas interessantes. Pessoas famosas.

  Em vez de tomar o atalho pelo estreito, descemos a rua e entramos pelo portão principal. Com gemidos de encanto, Daisy admirou esse ou aquele aspecto da silhueta feudal contra o céu, admirou o jardim, o perfume intenso dos narcisos, o perfume fresco dos pilriteiros e das ameixas-japonesas, e o perfume pálido e dourado das valerianas vermelhas. Era estranho chegar à escadaria de mármore e não ouvir o farfalhar de vestidos subindo e descendo, nem outro barulho além do canto dos pássaros.

  Lá dentro, ao caminharmos pelas salas de música à la Maria Antonieta e pelos salões de estilo Restauração, tive a impressão de que havia convidados escondidos atrás de cada sofá e mesa, com ordens de respirar em silêncio até terminarmos de passar. Quando Gatsby fechou a porta da “Biblioteca Merton College”,b podia jurar que ouvi o homem dos Olhos de Coruja dar uma gargalhada fantasmagórica.

  Fomos para o andar de cima. Percorremos uma série de dormitórios de época envoltos em seda cor-de-rosa e lavanda, repletos de flores frescas, além de quartos de vestir, salas de bilhar e toaletes com banheira — então entramos num quarto onde um homem desgrenhado de pijama fazia exercícios vigorosos no chão. Era o sr. Klipspringer, o “hóspede”. Eu o tinha visto de manhã perambulando na praia com um ar nervoso. Por fim, chegamos ao aposento de Gatsby, uma suíte com escritório6 onde nos sentamos e bebemos uma taça de Chartreuse que ele tirou de um armário embutido na parede.

  Ele não havia tirado os olhos de Daisy um segundo sequer, e acho que estava reavaliando su
a casa a partir das reações expressas em seus olhos amáveis. Às vezes, Gatsby também admirava seus bens com um ar deslumbrado, como se, na presença real e estarrecedora de Daisy, nada disso fosse verdadeiro. A certa altura, ele quase tropeçou num lance de escadas.

  Seu quarto era o mais simples de todos — exceto pela penteadeira, que tinha artigos de toucador feitos de ouro maciço. Com imenso deleite, Daisy apanhou a escova e penteou seus cabelos, ao que Gatsby sentou, esfregou os olhos e deu risada.

  — É a coisa mais engraçada, meu velho — ele disse, hilariante. — Eu não consigo… Quando tento…

  Gatsby havia claramente passado por dois estados de espírito e agora entrava num terceiro. Depois do constrangimento e da alegria irracional, ele se enchia de perplexidade com a presença dela. Passara tanto tempo pensando naquela ideia, sonhando-a em todos os detalhes e cobiçando-a com unhas e dentes, por assim dizer, que atingira certa intensidade inconcebível. Agora, em contrapartida, ele se prostrava como um relógio exaurido.

  Recuperando-se em um salto, ele abriu as portas de um guarda-roupa pesado e mostrou seus ternos, roupões e gravatas amontoados, e suas camisas empilhadas às dúzias, feito tijolos.

  — Há um sujeito na Inglaterra que compra roupas para mim. Ele me envia uma seleção de peças a cada começo de estação, na primavera e no outono.

  Gatsby apanhou uma pilha de camisas e começou a atirá-las em nossa direção, uma a uma, camisas finas de linho, de seda pura e de flanela, que perdiam a dobra ao cair e cobriam a mesa numa bagunça multicolorida. Enquanto as admirávamos, ele trazia mais peças e aquela montanha farta e macia ia crescendo — camisas listradas, com arabescos e quadriculadas nas cores coral, verde-maçã, lavanda e alaranjado, com monogramas em índigo. De repente, com um grito contido, Daisy afundou a cabeça nas camisas e começou a chorar copiosamente.

  — São camisas bonitas — ela soluçou, a voz abafada em meio às pregas grossas de tecido. — Eu fico triste porque nunca… nunca vi camisas tão bonitas.

  Depois de conhecermos a casa, pretendíamos passear pelos arredores para ver a piscina, o hidroavião e as flores de verão — mas lá fora voltara a chover, então nos resignamos e ficamos observando a superfície corrugada do estreito.

  — Se não fosse pela neblina, daria para enxergar a sua casa do outro lado da baía — disse Gatsby. — Há sempre uma luz verde brilhando a noite toda na extremidade do seu cais.

  Daisy tomou o braço de Gatsby, mas ele parecia absorto no que acabara de dizer. Talvez lhe ocorresse que o significado colossal daquela luz se esvaíra para sempre. Comparada à enorme distância que o separava de Daisy, a luz lhe parecera antes muito próxima, quase a ponto de tocá-la. Tão próxima quanto uma estrela da lua. Agora era de novo uma luz verde no cais. Sua coleção de objetos mágicos havia diminuído.

  Comecei a andar pela sala, examinando inúmeros objetos indistintos à meia-luz. Pendurado na parede sobre a mesa, o retrato de um homem velho em trajes náuticos me chamou a atenção.

  — Quem é ele?

  — Esse aí? É o senhor Dan Cody, meu velho.

  O nome me soou vagamente familiar.

  — Ele já morreu. Era meu melhor amigo.

  Havia um pequeno retrato de Gatsby aos dezoito anos, também em trajes náuticos, junto à escrivaninha — ele jogava a cabeça para trás, num gesto desafiador.

  — Adorei — exclamou Daisy. — Um topete pompadour! Você nunca me disse que tinha um topete pompadour. E um iate.

  — Veja isto — disse Gatsby rapidamente. — São recortes de notícias a seu respeito.

  Eles ficaram lado a lado examinando os recortes. Eu estava prestes a pedir para ver os rubis quando o telefone tocou, e Gatsby atendeu.

  — Sim… Bem, não posso falar agora… Não posso falar agora, meu velho… Eu disse uma cidade pequena… Ele deve saber o que é uma cidade pequena… Bem, então ele não serve para nós, se Detroit é a sua ideia de cidade pequena…

  Ele desligou.

  — Venha cá, rápido! — gritou Daisy junto à janela.

  Ainda chovia, mas a escuridão se dissipara a oeste e havia uma onda de nuvens espumosas, douradas e róseas, sobre o mar.

  — Olhe — ela sussurrou, e depois de um instante —, eu queria pegar uma dessas nuvens cor-de-rosa, colocar você nela e arrastá-lo por toda parte.

  Fiz menção de partir, mas eles não quiseram nem saber; talvez minha presença os fizesse sentir mais satisfatoriamente sozinhos.

  — Já sei — disse Gatsby —, vamos pedir para Klipspringer tocar piano.

  Ele saiu da sala gritando “Ewing!” e retornou em poucos minutos acompanhado de um jovem constrangido e um pouco cansado, com óculos de aros grossos e cabelos loiros escassos. Ele agora estava decentemente vestido com uma camisa esporte aberta, tênis e calças de brim de um matiz nebuloso.

  — Interrompemos os seus exercícios? — perguntou Daisy educadamente.

  — Eu estava cochilando — exclamou o sr. Klipspringer, com um espasmo de constrangimento. — Quer dizer, eu estive cochilando. Então acordei e…

  — Klipspringer sabe tocar piano — irrompeu Gatsby. — Não é, Ewing, meu velho?

  — Não toco muito bem. Eu não… eu mal sei tocar. Estou totalmente sem prát…

  — Vamos descer — ordenou Gatsby, apertando um interruptor. O cinza das janelas sumiu e a casa resplandeceu por inteiro.

  Na sala de música, Gatsby acendeu um abajur solitário ao lado do piano. Acendeu o cigarro de Daisy com um fósforo trêmulo e sentou-se a seu lado num sofá na outra ponta da sala, onde não havia luz, exceto aquela refletida pelo piso reluzente do vestíbulo.

  Quando Klipspringer terminou de tocar “The love nest”,c virou-se para trás e, desanimado, procurou Gatsby em meio à penumbra.

  — Estou sem prática, como você pode ver. Como eu lhe disse, não posso tocar. Estou totalmente sem prát…

  — Não fale tanto, meu velho — ordenou Gatsby. — Toque!

  De manhã,

  E à noite,

  Não é que nos divertimos…d

  Lá fora, o vento soprava forte e ouvia-se um tênue barulho de trovão ecoando pelo estreito. Todas as luzes brilhavam em West Egg; os trens elétricos, repletos de gente, voltavam para casa em meio à chuva, vindos de Nova York. Era um momento de profunda transformação humana e a excitação florescia no ar.

  Uma coisa é certa, e nada mais

  Os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais… férteis.

  Enquanto isso,

  No intervalo…e

  Quando levantei para me despedir, vi que a expressão de êxtase retornara ao rosto de Gatsby, embora lhe tivesse ocorrido uma vaga incerteza quanto à dimensão de sua felicidade atual. Quase cinco anos! Mesmo naquela noite, deve ter havido momentos em que Daisy não esteve à altura dos seus sonhos — não por culpa dela, mas pela vitalidade colossal de sua ilusão, que havia atingido um patamar além dela, além de tudo. Ele se rendeu a essa ilusão com uma paixão criativa, complementando-a o tempo todo, enfeitando-a com todo tipo de plumas coloridas que encontrava pelo caminho. Nem as maiores lufadas de fogo e vento seriam capazes de competir com aquilo que um homem pode guardar em seu coração etéreo.

  Enquanto eu o observava, ele se aprumou de modo visível. Tomou a mão de Daisy e debruçou-se com um ímpeto de emoção, tão logo ela sussurrou algo ao seu ouvido. Creio que a voz de Daisy, com seu entusiasmo oscilante e febril, o prendia sobretudo por não conseguir ser superada em sonhos — aquela voz era uma música imortal.

  Eles já não faziam caso de minha presença, porém Daisy ergueu o rosto e estendeu-me a mão; Gatsby já não tomava o menor conhecimento de mim. Olhei mais uma vez e eles me retribuíram o olhar vagamente, tomados pela intensidade da vida. Então saí da sala e desci os degraus de mármore rumo à chuva, deixando-os juntos lá dentro.

  a Sardines-in-the-box é uma brincadeira similar ao esconde-esconde, só que ao contrário: em vez de uma criança procurar as outras, todas procuram uma só.

  b O nome “Biblioteca Merton College” refere-se li
teralmente à biblioteca dessa faculdade em Oxford, mas no romance Nick a põe entre aspas para indicar um gracejo próprio ou o título que Gatsby dá à biblioteca. Talvez esse nome esteja escrito na porta.

  c “The love nest” (1920), do musical de George M. Cohan, Mary. Letra de Otto Harbach e música de Louis A. Hirsch.

  d “Ain’t we got fun?” (1921), foxtrote muito popular na época, composto por Richard A. Whiting (melodia), Raymond B. Egan e Gus Kahn (letra). No original: “In the morning,/ In the evening,/ Ain’t we got fun…”.

  e Da mesma música. No original: “One thing’s sure and nothing’s surer/ The rich get richer and the poor get… children/ In the meantime,/ In between time…”.

  6

  Mais ou menos naquela época, um jovem e ambicioso repórter de Nova York bateu à porta de Gatsby perguntando se ele tinha algo a dizer.

  — Algo a dizer sobre o quê? — perguntou Gatsby educadamente.

  — Ora, uma declaração qualquer que você queira fazer.

  Descobriu-se, após cinco confusos minutos, que o jornalista ouvira o nome de Gatsby na redação, relacionado a um contexto que ele não podia revelar ou não compreendera de todo. Aquele era seu dia de folga e, com louvável iniciativa, havia saído para “apurar”.

  Era uma aposta aleatória, e ainda assim o instinto do repórter estava certo. A notoriedade de Gatsby, difundida pelas centenas de pessoas que se beneficiaram de sua hospitalidade e se tornaram, portanto, autoridades em seu passado, havia crescido ao longo do verão até que ele ficasse a um passo de se tornar notícia. Lendas contemporâneas como a do “oleoduto subterrâneo até o Canadá”1 se vinculavam a ele, e havia um insistente boato de que ele não morava numa casa, mas num bote que parecia uma casa e fora transportado às escondidas ao longo do estreito de Long Island. Por que exatamente essas invenções eram motivo de orgulho para James Gatz, de North Dakota, não é fácil dizer.

 

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